Histórias da vida real sobre a importância da inclusão – “O meu papel é motivar outras pessoas a não se esconderem”

Histórias da vida real sobre a importância da inclusão

Na KONE, trabalhamos para melhorar a inclusão LGBTIQ+ através de formação, consciencialização e criação de grupos de apoio liderados por funcionários. Três funcionários da KONE partilham experiências sobre como o facto de se ser real no trabalho deu azo ao diálogo e ajudou a criar uma sensação de pertença.

Published mai-31-2023

“Sentir-me apoiada por ser eu mesma, permite que a minha confiança transpareça.”

Stephanie Patrick with her partner
Stephanie Patrick (direita) quer ser a voz da diversidade e inclusão na KONE, para ajudar a que todos se sintam seguros a serem quem realmente são.

Quando comecei a trabalhar na KONE, há cerca de dez anos, estava numa encruzilhada na minha vida e insegura sobre o meu percurso. Felizmente, não demorei muito tempo a encontrar de novo o gosto pela indústria e pelas oportunidades que a KONE me proporcionou. No entanto, apesar de me conseguir estabelecer a nível profissional, continuava a sentir que faltava algo.

Antes, não se fazia muito para reconhecer ou apoiar a comunidade LGBTIQ+ no trabalho. Por vezes, era como se a minha vida pessoal e a minha vida profissional estivessem separadas. Partilhar histórias sobre mim ou sobre a minha parceira parecia algo que não se podia abordar no local de trabalho.

Todos temos a capacidade de criar ambientes inclusivos.

A ausência de um lugar seguro para ser eu mesma fez com que me isolasse, apesar de, na minha opinião, não ter sido intencional por parte de ninguém. Não era por temer reações negativas, mas sim porque me sentia julgada ou não me sentia compreendida. De alguma forma, as minhas experiências anteriores fizeram com que me tornasse mais reservada do que gostaria de ser.

Com o tempo, a mudança cultural na KONE abriu a porta a que estes sentimentos se desvanecessem. Quando ouvi falar do lançamento do Grupo de Apoio a Funcionários LGBTIQ+ (ERG) pela primeira vez, aproveitei logo a oportunidade. Sentir-me apoiada por ser eu mesma, tanto a nível pessoal como profissional, elimina qualquer stress adicional relativo à compreensão da minha identidade no meu trabalho diário. Dá-me o espaço e a confiança para me focar no meu crescimento e nos meus objetivos de carreira.

À medida que a KONE continua a evoluir, a diversidade e a inclusão tornar-se-ão a norma na nossa cultura empresarial. Já a vejo a expandir e quero ser a voz e a defensora disto, através da minha participação no ERG. É importante partilhar os recursos valiosos que os ERG fornecem, pois pode ser que nem todos se sintam seguros para ser quem realmente são, devido às suas histórias pessoais.

Compreender os nossos próprios preconceitos inconscientes é fundamental para promover a inclusão. É importante conhecermo-nos a nós mesmos e analisar a forma como o nosso comportamento chega às outras pessoas. Pesquisar sobre questões relacionadas com diversidade, equidade e inclusão, encontrar espaços seguros para colocar questões e participar em discussões são ações fundamentais para promover a inclusão, que é um valor humano universal.

Todos temos a capacidade de criar ambientes inclusivos, pelo que é importante ter uma mentalidade aberta e procurar ser uma pessoa que faz com que as outras se sintam incluídas.

A trabalhar em Illinois, Estados Unidos, Stephanie Patrick é responsável de compras na Central de Compras de Peças de Substituição da KONE. Ela incentiva outras pessoas a expandir o seu conhecimento e a promover um diálogo construtivo que promova a compreensão e a empatia.

“Quando troquei as minha calças de instalador por uma saia, recebi aplausos e aceitação.”

Service Technician Celine Bayer
Céline Bayer sente-se agradecida pelo apoio que recebeu no trabalho quando decidiu assumir-se como mulher.

Desde que me lembro, sempre me senti diferente. Em criança, usava roupas de mulher em segredo e brincava com bonecas no sótão da casa dos meus pais. Claro que sempre escondi esta “diferença”, pois tinha medo da ridicularização e rejeição. Debati-me com a depressão e sentia um crescente desconforto com o passar dos anos.

Nos meus quarenta, depois de ter comprado uma casa com a minha esposa, finalmente pensei “algo tem de mudar já” e procurei apoio psicológico. Fazer as pazes com o meu verdadeiro eu não foi um processo fácil, mas, com terapia, comecei a perceber quem realmente era e o que precisava de fazer para ser feliz.

O meu papel é motivar outras pessoas a não se esconderem.

Gradualmente, fiz um plano para mim mesma, com a lista das pessoas com quem precisava de falar e quando, e comecei a fazer terapia hormonal para dar início à minha transição física. Em 2016, assumi-me finalmente perante todas as pessoas desta lista, com medo de que acontecesse o pior, mas à espera do melhor. Foi importante para mim ter conversas presenciais com cada pessoa e ter em consideração os seus sentimentos e receios. Entendo que nem toda a gente consegue lidar com uma mudança destas e queria respeitar isso.

Assumir-me no trabalho foi uma história diferente. O meu primeiro ponto de contacto foi o conselho da empresa. Queria ter o apoio do conselho e pedir-lhes recomendações sobre o que deveria fazer. A partir daí, começaria gradual e individualmente a abordar colegas e supervisores, em vez de falar com todas as pessoas de uma vez.

Foi um alívio e uma satisfação. Todo o apoio que recebi do meu superior e dos meus colegas de trabalho foi impressionante e foi a certeza de que teria toda a ajuda necessária. Até numa importante reunião de instaladores, quando troquei as minhas calças de instalador por uma saia, recebi aplausos e aceitação.

Quando tomei a decisão de me revelar como mulher, sabia que era um passo muito importante que afetaria as minhas relações com as pessoas à minha volta. Por exemplo, o meu falecido pai teve muita dificuldade em aceitar a minha transformação, para ele fui o “Franz” até ao seu fim. Por outro lado, as minhas três irmãs acolheram-me como uma delas.

Na KONE, o meu papel na evolução é estar presente, para motivar outras pessoas a não se esconderem. A KONE já fez grandes progressos em relação a esta questão, mas ainda há pessoas sobrecarregadas com segredos. É a elas que precisamos de chegar. Afinal, somos todos colegas e somos todos pessoas.

Céline Bayer é técnica de manutenção na KONE em Augsburg, Alemanha, onde trabalha há já 40 anos. Diz ter a sorte de fazer parte de um ambiente que a aceita e a apoia por ser quem é.

“Usar o seu cargo para criar mudanças positivas, ser a voz dos que não a têm.”

KONE's employee Sander Demare with his partner
Para Sander Demaré (esquerda), a diversidade e a inclusão começam com uma mentalidade aberta e com a vontade de conhecer pessoalmente as pessoas.

Foi há três ou quatro anos que comecei a minha jornada de aprendizagem sobre diversidade e inclusão, em particular dentro da comunidade LGBTIQ+. O facto de sermos membros de um grupo não significa que o entendemos completamente, pois todos têm diferentes níveis de consciência e compreensão.

Até agora, aprendi que é fundamental abordar a diversidade e a inclusão com uma mentalidade aberta e conhecer pessoalmente as pessoas. Não se trata de dizer às outras pessoas o que fazer, mas sim de criar uma mentalidade de crescimento para abordar estes temas importantes.

É fundamental que todos os funcionários tenham coragem e possam expressar os seus pontos de vista livremente.

Na KONE, temos o conjunto certo de valores que faz com que os funcionários se sintam seguros para expressar a sua opinião e desafiar ideias, sem medo de julgamentos. No entanto, manter uma cultura saudável no local de trabalho não é apenas da responsabilidade das políticas da empresa, é da responsabilidade de todos. É fundamental que todos os funcionários tenham coragem e possam expressar os seus pontos de vista livremente. Desta forma, contribuem para a criação de um local de trabalho que valoriza diferentes pontos de vista e promove um ambiente inclusivo.

Enquanto líder do grupo de apoio a funcionários #FromKONEwithPride (ERG), a minha função é tornar visível, sensibilizar e promover a educação. Sei que as pessoas podem questionar a necessidade deste grupo, mas é fundamental trazer visibilidade para as pessoas que apoiam a diversidade e a inclusão, mesmo que não vejam benefícios imediatos para si mesmas.

Ao defender abertamente a diversidade, os funcionários demonstram que as outras pessoas não estão sozinhas. Não se trata de fazer uma afirmação corajosa, mas sim de fazer a nossa parte para criar uma cultura mais inclusiva no local de trabalho, onde todos se sintam valorizados e respeitados, independentemente dos seus antecedentes. Para mim, é um caminho sem retorno.

Reconheço que sempre me senti bem-vindo na KONE. Conforta-me quando as pessoas reiteram o reconhecimento do meu marido ao referir o nome dele ou referirem-se a ele em conversas, assim que passam a conhecer-me melhor.

Por outro lado, muitos enfrentam circunstâncias menos agradáveis. Uma vez mais, empatia é reconhecer o nosso privilégio e usá-lo para ajudar quem enfrenta dificuldades pelas quais podemos não ter passado.

Aceitar o nosso verdadeiro eu pode trazer muita felicidade e satisfação. Não vamos deixar que o medo nos impeça de seguir o caminho da autenticidade. O resultado vale a pena e dá-nos uma incomparável sensação de satisfação.

Sander Demaré é Diretor de Soluções de Aprendizagem, CoE Learning & Development, e trabalha em Espanha. Acredita que a visibilidade e sensibilização são fundamentais para promover a aceitação e o apoio para todos os que sofrem de discriminação e marginalização, não só na comunidade LGBTIQ+.

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