Viver com inteligência e cibersegurança

As cidades inteligentes conectam todas as pessoas a tudo e a cibersegurança tornou-se assim uma parte integrante do bom funcionamento das nossas cidades, infraestruturas e dia a dia, mas as suas lacunas podem ter consequências perigosas e de largo espetro. Quais são as novas e emergentes ameaças e oportunidades, e como podemos antecipar os riscos?

O valor dos nossos dados não para de aumentar e as violações de dados também são cada vez mais frequentes, de acordo com a Europol. Além disso, os cibercriminosos utilizam métodos cada vez mais agressivos. Phishing, ransomware, malware e engenharia social são algumas das ameaças típicas que afetam as cidades inteligentes. Entretanto, o cibercrime está a tornar-se numa indústria muito próspera "enquanto um serviço". Os hackers especializados vendem os seus conhecimentos a aspirantes a criminosos, enquanto nos mercados clandestinos se pode comprar de tudo, de malware até credenciais roubadas.

Uma rede de internet 5G cada vez más rápida e a crescente IoT (Internet das Coisas) – dispositivos conectados que incluem desde jogos a termóstatos, trotinetes e automóveis – implicam um aumento massivo das superfícies de ataque exploráveis. Uma palavra-passe fraca ou predefinida no seu frigorífico ou televisor inteligente facilita o acesso dos cibercriminosos aos seus dados. Em termos mais amplos, um hacker poderá inutilizar a rede elétrica de um edifício inteiro para pedir um resgate ou, pior ainda, um ataque ciberterrorista massivo contra infraestruturas essenciais, como aconteceu na Ucrânia, o que pode implicar uma grave ameaça à segurança nacional.

A IA tornou hoje possível muitas coisas que pareciam ficção científica há alguns anos. Muitos de nós apressamo-nos para aproveitar o que a Inteligência Artificial tem para oferecer, assim como o fazem os cibercriminosos. A IA permite golpes ao telefone mais convincentes e sofisticados, tais como o uso da tecnologia para clonar vozes de entes queridos em apuros para obter o pagamento de resgates. Por outro lado, a Inteligência Artificial é uma ferramenta de defesa para detetar e controlar eficazmente as ameaças à segurança. Para a KONE, a análise baseada em IA ajuda a melhorar a manutenção preditiva: antecipar futuras necessidades de manutenção e identificar problemas antes de que estes ocorram.

Todos estes avanços vertiginosos podem fazer com que a cibersegurança pareça um assunto puramente tecnológico, mas é igualmente uma questão de falibilidade. Um vigarista astuto pode fazer com que clique em praticamente qualquer coisa se souber as coisas certas sobre si. Hoje em dia, a cibersegurança é uma responsabilidade de todas as pessoas, já que a negligência de uma pessoa pode colocar em perigo uma comunidade inteira. Isto significa que nos devemos manter todos informados e adotar medidas de sensibilização sobre cibersegurança para mantermos os nossos dados valiosos devidamente protegidos.

A iniciativa "Cibercidadão" da UE pretende melhorar a consciencialização e as competências em cibersegurança dos cidadãos europeus. Esta inclui o desenvolvimento de um portal de aprendizagem e de material educativo relacionado com o tema.

Todos entendemos porque é que precisamos de detetores de fumo e alarmes antirroubo, mas nas cidades inteligentes da atualidade, essa mesma abordagem também é fundamental quando se trata de segurança digital. Na KONE, entendemos que as defesas cibernéticas de um elevador são tão importantes como as medidas de segurança física, pelo que os nossos produtos e soluções são desenvolvidos tendo em conta a cibersegurança desde o iníciostart.

É inegável que os dispositivos IoT e a tecnologia inteligente nos facilitam a vida, mas pelo caminho recolhem enormes quantidades de dados: da nossa localização até à nossa saúde, estilo de vida e hábitos de consumo. Muitos utilizadores tornaram-se mais conscientes relativamente à configuração da sua privacidade e aos potenciais riscos associados aos dispositivos inteligentes. Mas, como podem os edifícios e as cidades inteligentes equilibrar o uso de todas estas informações para melhorar a qualidade de vida dos residentes, respeitando ao mesmo tempo o direito de privacidade das pessoas? Para a KONE, a resposta a esta complexa pergunta significa assegurar-se de que os nossos dispositivos conectados recolhem dados de uma forma adequada e anónima, e que todas as informações são tratadas de forma segura e em conformidade com as normas e princípios de proteção de dados pertinentes.

Já existe tecnologia para prevenir muitas formas de cibercrime, mas se existissem incentivos legais, este tipo de proteção seria generalizado. Várias ameaças poderiam sair goradas se os fornecedores de dispositivos fossem legalmente obrigados a fornecer soluções de cibersegurança e correções de software. A União Europeia tem dado passos importantes para proteger as infraestruturas críticas com a Diretiva NIS2 e com a proposta de Regulamento Ciber-Resiliência, mas a governação do ciberespaço continua a ser uma questão desigual e debatida, e não existem regras uniformes em termos de cibersegurança.

Graças à colaboração com a indústria, o mercado de IoT tem sofrido melhorias recentes bem recebidas, como o exemplo pioneiro da primeira norma ISO em matéria de cibersegurança para elevadores, escadas e tapetes rolantes introduzida o ano passado. A KONE desempenhou um papel-chave na criação desta norma, que garante que a melhor cibersegurança da sua classe é integrada na conceção de cada nova unidade de equipamento. Num elevador da KONE, pode viajar em segurança, sabendo que o risco de interferências maliciosas é minimizado por defeito.

Nem todos os hackers são criminosos. A comunidade de hackers éticos, altamente qualificada e em franco crescimento, é composta por indivíduos e grupos que utilizam os seus conhecimentos cibernéticos para ajudar as organizações a encontrar vulnerabilidades nos seus produtos, serviços e sistemas antes de que o façam os hackers do "mal". A KONE recorre a hackers amigos de chapéu branco para testar as suas defesas de cibersegurança em encontros como o Disobey - The Nordic Security Event, e através dos chamados programas "bug bounty", nos quais os génios da informática ganham recompensas por identificar debilidades informáticas, que são imediatamente corrigidas antes de que possam ser exploradas.