"Queremos agitar a indústria", afirma Teppo Voutilainen, Chefe dos Novos Serviços e Soluções da KONE. A sua equipa tem um mandato para explorar negócios modelos completamente novos que ainda nem sequer existir atualmente.
"Temos permissão para olhar para as coisas de forma criativa e criar um ambiente novo para inovar", afirma transbordando de entusiasmo.
Este entusiasmo vem da renovada abordagem da KONE em relação à inovação. A confluência da concorrência, digitalização e crescente urbanização criou novas oportunidades para a empresa. E a KONE pretende aproveitar o seu potencial para introduzir soluções únicas e cumprir a sua missão, ou seja, melhorar o fluxo da vida urbana.
"Tecnologias de nuvem, redes mais rápidas, capacidade de computação e tecnologias de sensor são tudo partes muito importantes."
CRIAR UMA ECONOMIA COLABORATIVA
A empresa está a implementar um programa de aceleração da inovação. A nível interno, a empresa criou uma nova unidade de Tecnologia e Inovação, que vai combinar a Investigação e Desenvolvimento da KONE com as funções das TI, para responder ao panorama tecnológico em rápida mudança.
Tomio Pihkala, Chefe do Escritório de Tecnologia à frente da nova unidade, está ciente de como a digitalização e as suas disrupções tecnológicas relacionadas estão a impulsionar a inovação. "Tecnologias de nuvem, redes mais rápidas, capacidade de computação e tecnologias de sensor são tudo partes muito importantes", afirma.
Talvez seja por isso que a KONE esteja a apostar na parceria produtiva – como a parceria com a IBM. A KONE vai usar a tecnologia da IBM para aproveitar o potencial da digitalização e da Internet das Coisas (IoT). A plataforma Watson IoT Cloud Platform da IBM vai ajudar a recolher e guardar dados do equipamento, criar aplicações e desenvolver novas soluções e novas experiências para os clientes da KONE.
Mas não é tudo. A KONE está também a explorar o cenário movimentado das startups.
"Nós organizámos eventos Hackathon onde convidamos 15 equipas de startup para trabalharem durante 48 horas. Apresentamos-lhes problemas para resolverem, e elas apresentam ideias", explica Pihkala.
Explorar a economia colaborativa faz parte da estratégia de inovação da KONE.
"As inovações vão acontecer como ecossistemas e rede de parcerias. Vão acontecer dentro das redes globais e cada vez mais com clientes que estão na vanguarda da indústria", afirma Pihkala.
Voutilainen concorda. "Estaremos envolvidos num diálogo muito ativo e aberto com os clientes e as linhas da frente, e também trabalharemos de perto com a Investigação e Desenvolvimento", afirma destacando a estratégia da KONE.
PREPARAR-SE PARA UM TSUNAMI DE INOVAÇÕES
A KONE já tem uma impressionante tradição em termos de inovação. Em 2016, a revista de negócios Forbes classificou-a como um dos 50 líderes de inovação a nível mundial, numa classificação da qual constam empresas como a Tesla, a Amazon e a Apple.
Algumas das antigas credenciais de inovação da KONE incluem o MonoSpace, um elevador sem casa de máquinas inventado em 1996, e o UltraRope™, um cabo leve com fibra de carbono que possibilitou deslocações a elevadas alturas. Ambas as tecnologias revolucionárias redefiniram a inovação na indústria.
Mas nada para. As mudanças na dinâmica do mercado e nas tecnologias significam que a empresa tem de explorar novas áreas de crescimento. Assim sendo, em vez de desfrutar da glória das conquistas passadas, a KONE quer garantir a sua permanência no topo do desenvolvimento tecnológico, em direção ao futuro.
"Temos de mergulhar nas oportunidades", afirma Pihkala. Para a KONE, isto significa inspirar todos os seus quase 60.000 funcionários a usar as suas redes pessoais e profissionais para procurar ideias.
"Nós já começamos a receber muitas e boas propostas de parceiros, mas eu quero ver um tsunami maior", afirma Pihkala, cujas ambições não estão limitadas a certas geografias. "Precisamos de explorar Silicon Valley, no sul da Índia, e Xangai", afirma apresentando uma rápida lista de objetivos para a KONE.
ORGULHOSAMENTE ENCONTRADO NOUTRO LUGAR
Mas será que os riscos, custos e as recompensas da inovação podem ser equilibrados? É possível inovar e jogar pelo seguro ao mesmo tempo?
"A inovação não tem que ver com equilíbrio. O equilíbrio representa o status quo, enquanto a inovação significa desafiar o status quo. Haverá sempre riscos, mas é uma questão de compreensão da natureza desses riscos e de alinhamento das suas prioridades e investimentos", afirma Daniel Roos, Diretor no escritório de Arthur D. Little Gothenburg, a consultora líder em inovação na Escandinávia.
Roos partilha o exemplo de uma empresa automóvel que estava a investir milhares de milhões na Investigação e Desenvolvimento, mas cujo receio de falhar afastou-a da possibilidade de inovar. "Há certos riscos que não podem ser evitados, mas esta empresa tentou ignorá-los. Os riscos e a falha não eram tolerados, e isso transformou-se num bloqueio. Nós ajudámo-la a desenvolver uma nova forma para identificar e falar sobre os riscos para voltar ao fluxo criativo."
Com a digitalização a mudar o jogo, as organizações estão cada vez mais a transitar de uma mentalidade "não inventado aqui" para a "orgulhosamente encontrado noutro lugar".
"Quando entra num território novo, precisa de novas competências. Por vezes, o caminho mais curto para lá chegar é a inovação aberta. As empresas bem-sucedidas abrem-se cada vez mais a ecossistemas de inovação aberta", salienta Roos.
"A inovação é e será o impulsionador da mudança nos próximos anos. A inclusão de uma cultura de inovação permite às empresas um avanço sobre a concorrência e ajuda-os a manterem-se na vanguarda. Mas a cultura é um omnívoro; devora tudo ao pequeno-almoço. Uma cultura pobre ou forte é tanto causa como efeito do desempenho da inovação", conclui.